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PRAÇA DE LISBOA

Vista da praça da Torre dos Clérigos

Nome do projeto: Praça de Lisboa

Localização: Porto - Portugal

Escritório: Balonas & Menano, s.a.

A equipe Balonas e Menano surgiu da reunião entre os escritórios Balonas Projectos e o BMM Arquitectos, os quais são referências nas áreas de arquitetura, requalificação e desenho urbano.

Equipe: Pedro Balonas e Simão Silva

Colaboradores: Pedro Almeida, Pedro Pimentel
Cliente: Urbaclérigos – Investimentos Imobiliários, s.a.

Área: 4500 m2

Custo: € 6,000,000

Construtora: Rodrigues e Névoa, lda.
Estrutura e Acústica: afa consult

Instalações de gás, térmicas e Instalações elétricas: afa consult
Saneamento, Climatização e segurança: afa consult

CONTEXTO

      O projeto é resultado de um concurso realizado em Dezembro de 2006 na pela Câmera Municipal do Porto, localizado no norte de Portugal, para construção e requalificação de uma área bem situada na cidade, porém fortemente degradada, onde outrora existiu o Mercado do Anjo. O concurso público aberto para concessionar a Praça de Lisboa, atribuiu ao investimento da UrbaClérigos com o projeto o consórcio com o direito de superfície do local durante 50 anos.

      O mercado do Anjo foi inaugurado em 1839 e ao longo da sua história não foi atingido pela modernização da cidade. Com os anos, ficou conhecido pelas péssimas condições higiénicas e morais, pela miséria das pessoas ali presentes e por perder a funcionalidade de mercado, o que acarretou na sua demolição em 1948. Antes disso, a Câmara já havia tentado um concurso para apresentação de anteprojetos visando o surgimento de um novo 'Mercado do Peixe', o que não veio a ocorrer.

 

 

Imagens Mercado do Anjo

      Posteriormente, a perseverar a problemática da área, durante o início dos anos 90 surgiu o Clérigos Shopping, empreendimento que se inseriu no sítio sem se relacionar com a população ou fazer referências à memória, resultando em baixíssima apropriação e aceitação. Dessa maneira, foi definido que a edificação deveria ser substituída por um centro de conveniência urbano.

      Por outro lado, a Praça Shopping foi prevista desde o início como um espaço de apoio aos estudantes da cidade, uma vez que a Universidade do Porto localiza-se acima do terreno, e de respostas à demanda turística e local. Enquanto projeto de uso misto, o programa contou com espaços comerciais qualificados com horários extendidos, como restaurante, tabacaria e outros serviços diários.

       Na época, a configuração do novo projeto foi tão bem acolhida pelo mercado e população que, antes mesmo da construção e apesar do histórico, já havia uma grande procura para a sua ocupação comercial. Ponto relevante uma vez que não foram entregues na autarquia todos os projetos de especificidade, já que alguns estariam dependentes da ocupação do espaço e seriam definidos posteriormente. Atualmente, a gestão conta com um site informativo sobre as atividades e lojas.

O PROJETO

Localiza-se no centro da cidade do Porto, próximo a pontos turísticos e importantes instituições locais, como a Universidade do Porto, o  Jardim da Cordoaria, a Praça da Liberdade, a Torre dos Clérigos, a Igreja do Carmo, a Livraria Lello e a Praça de D. Filipa. Em suma, é uma região que todo visitante vai, foi visionado para oferecer lazer, respiro e bem-estar aos moradores do Porto e nos dias mais quentes fica lotado.

Planta de situação e entorno

      A edificação possui três pavimentos e comunica dinamicamente com o entorno, em muito por causa das fachadas transmitirem sensação de movimento e acompanharem a gradação da topografia e pelos próprios desenhos estampados. Como consequência, essas também refletem a elaboração de espaços interiores de alturas diferentes.

     Também impacta positivamente o entorno, o fato de ter sido desenhado respeitando a escala do pedestre e sem se impor como um empreendimento moderno grandioso ou mais importante que qualquer outro do entorno e, portanto, se estabeleceu de maneira convidativa, acolhedora e respeitosa com a herança arquitetônica nacional.

Diferentes modelações da fachada

      Assim, os três níveis condizem ao jardim, à ‘rua comercial’, localizada no nível intermediário e que conecta a Livraria Lello com Torre dos Clérigos, e ao estacionamento subterrâneo. Segundo o arquiteto, a área coberta com vidro do corredor comercial serve para manter a sensação de “estar na rua” mas com conforto ambiental.

        Vale ressaltar que Porto possui invernos frios e chuvoso e verões amenos, segundo o Weatherspark a temperatuma máxima média dos dias mais quentes é de 29º e a temperatura mínima média dos dias mais frios é de 6º. Desse modo, é possivel aferir que a insolação nas edificações tende a ser mais positiva do que negativa.

Planta do pavimeento intermediário com indicação de fachadas.

Análise solar das fachadas dos lotes, respectivamente N39º, N278º e 129º. 

     No que condiz à implantação, a maneira como se projetou os caminhos convida o transeunte, tanto para os estabelecimentos da área comercial parcialmente coberta, quanto para o jardim público da cobertura, uma vez que do início da quadra ele é acessível do nível da calçada. Alinhado à esta ideia, o terreno foi desenhado por linhas não-ortogonais e uma linguagem dinâmica, onde uma rua corta diagonalmente a estrutura triangular e cria novas relações, abrindo e desdobrando a estrutura para o exterior.

     Além disso, esse configura uma estrutura de espaços livres ao comunicar com o Jardim da Cordoária e a Praça Gomes Teixeira. O jardim tem como característica o plantio de mais de 50 oliveiras, as quais remetem à arborização do Mercado do anjo e ao Portal do Olival, antiga entrada da cidade.  A estrutura do projeto é relativamente simples, porém reforçada. As lajes do telhado verde em concreto funcionam como beirais e oferecem para ambos os lados de vitrine proteção do sol e da chuva.

     É possível dizer que a silhueta movimentada da edificação é aumentada pelas diferentes alturas ocasionadas pelos caimentos distintos da cobertura, os quais foram desenhados de maneira à proporcionar áreas verdes caminháveis recreativas e outras de maneira protetiva, de modo que o guarda-corpo basicamente não aparece na volumetria.

      As texturas que compõem a fachada foram executadas em concreto pré-fabricado e também na estrutura metálica branca. Tais características integram uma construção de etapas fora do canteiro de obra e a estimativa da equipe na época era que esta prolongar-se-ia por cerca de sete meses. Além disso, o desenho da estrutura metálica serve para quebrar a incidência direta de iluminação solar e ocasionar sombra.

Proteção dos beirais em dias chuvosos

     Conclui-se que por utilizar-se tão bem do declive, o projeto se configura como ambos centro comercial e desenho de paisagem urbana. Uma consequência de, como explicado pela equipe, um dos elementos chave da proposta ser a oferta de um caminho natural funcional, sem barreiras ou obstáculos e concordante com o entorno, de modo à restaurar a esfera pública do espaço abandonado. Em suma, é possível dizer que o projeto dialogou a história do local, a identidade do centro do Porto e a expertise arquitetônica

Corte AA

Corte CC

Fachada Nordeste

Corte BB

Fachada Oeste

Fachada Sul

Planta baixa

Planta cobertura

Beiral a fazer sombra

Vista interna do piso de vidro

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